Restaurar, reajustar e reparar são alguns sinônimos do verbo resetar, aquele momento singular de parar e desconectar.
A definição de resetar é “desligar e religar um computador ou equipamento, por falha ou incorreção no seu funcionamento, fazendo-o funcionar corretamente.”
Algo que você faz com frequência em seus equipamentos, certo?
Você desliga, suspende, reinicia, formata e, sempre que começa a travar, você dá um resetar.
Porém, quando diz respeito a sua mente, seu físico e seu emocional, você tem tirado um tempo para esse reset?
O tempo não para
Estamos sempre conectados, mesmo quando tentamos não estar.
Em momentos de lazer, por exemplo, quando saimos para caminhar, carregamos aparelhos que contam nossos passos e rodam nossas playlists. Desta forma, permancemos conectados.
As demandas do mundo da conexão chegam a toda hora, de todos os lados e sobre todos os assuntos. Não há meios de separar a metade trabalho da metade descanso, ou a informação do silêncio.
Igualmente, na hora de dormir, tem o despertador, o app da meditação, o das músicas para relaxar, o das chamadas dos filhos, familiares e das possíveis emergências.
Tudo na palma da mão.
Para ter um recurso, você precisa carregar todos outros – seus ambientes de trabalho enstão sempre presentes na valise portátil que carregamos 24h por dia.
Você já encerrou o expediente e se questiona: ‘será que aquele relatório que estou esperando está disponível?’
A decisão de conferir depende apenas de você. Então, pronto, você decidiu checar.
No momento em que você faz isso, você aciona toda uma demanda mental e volta a se conectar com o seu ambiente de trabalho, uma armadilha comum na cultura da transformação digital.
Não há marcadores para separar a área de trabalho da área de descanso. A decisão de como conduzir essa relação é, antes de tudo, sua.
Você está ciente disso? Em que momento você consegue realmente desligar e, por fim, restaurar-se?
O importante é considerar essa relação como parte de seu planejamento e não apenas quando você começa a travar e dar sinais de esgotamento.
Nem um lugar nem outro
Mas parece que não tem jeito, essa é a vida como ela é: digital, conectada e omnisciente.
Mesmo planejando, há momentos em que não vamos resistimos e vamos espiar. Afinal, não somos de ferro e, por outro lado, há benefícios.
Gostamos de saber que um relatório está disponível para planejar os próximos passos.
No entanto, isso amplia o campo das decisões e a demanda da autorresponsabilidade. A chave passa a ser a disciplina, bem como os hábitos e sistemas de trabalho que implementamos.
Portanto, procure organizar horários, espaços e rituais que separem um momento de outro, e cumpra o plano.
Mas tudo bem, quando não der para cumprir, nada de se culpar. Procure revisar, restaurar e achar seu ponto de equilíbrio. Sobretudo, esteja presente. Assim como o trabalho invade a hora de parar, as paradas facilmente invadem o horário de trabalho e não estamos presentes nem em um lugar e nem noutro.
Não trabalhamos bem porque paramos a toda hora. Não descansamos porque na hora de descansar não paramos de pensar em trabalhar.
De certa forma, sempre foi assim, mas agora, nossos escritórios estão na sala de casa, no quarto, ao lado da cozinha, na palma da mão. Estamos permanentemente há alguns cliques de nossas demandas de trabalho.
Por certo, há mais por administrar e precisamos tomar consciência disso, ao contrário de apenas fazer por fazer.
Estamos aprendendo sobre modos remotos e híbridos de trabalho, sobre a transformação digital, assim como estamos ensinando nossa cognição a operar dentro desse universo da ultra conexão.
É um leque de decisões na palma de nossas mãos. Não é apenas sobre o que fazer, mas sobre como fazer.
Quantidade ou qualidade?
Se a ideia é sobre como fazer, não seria o caso de privilegiar a qualidade?
Nesse universo de tanta informação, em que desconectar se tornou tão difícil e raro, não seria mais assertivo priorizar a qualidade em detrimento de quantidade.
Sabemos que nem sempre podemos pensar assim. Quantidades são importantes para os algoritmos, por exemplo. A demanda por presença e por conexão é imensa. Por isso, o desafio é ainda maior.
Como agregar qualidade às demandas de trabalho e ambientes de trabalho, produzir em quantidade e ainda desconectar para restaurar a mente, o físico e o emocional?
Esse é um desafio que a Gente Genuína considerar nas mentorias, consultorias e mapeamentos de perfis.
Se gerenciamos bem essa relação entre conectar e desconectar, usufruímos melhor dos benefícios da transformação digital e da tecnologia que deve trabalhar a nosso favor e não ao contrário.