Síndrome de burnout: empresa, carreira e atuação profissional 

A Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout – do termo em inglês para colapso físico e mental –  passou a ser reconhecida como doença relacionada ao trabalho desde o início deste ano de 2022.

Na nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID 11, a síndrome é entendida como um conjunto de sinais e sintomas associados a uma condição crítica de esgotamento e classificada como um “fenômeno ligado ao trabalho”. 

Os sintomas dessa síndrome são sensação de esgotamento, sentimentos negativos relacionados ao trabalho e eficácia profissional reduzida, dentre outros.

Nesse artigo vamos falar sobre o papel das empresas, a ideia de uma carreira de sucesso e as formas de atuação profissional quando em relação com a saúde integral dos indivíduos e colaboradores diante desse tipo de esgotamento.  

Saúde integral lá na firma

Quando a síndrome de burnout passa a ser reconhecida como doença relacionada ao trabalho, a responsabilidade deixa de ser centrada no indivíduo e passa a ser considerada como da organização. 

Isso quer dizer que demandas de trabalho, bem como o ambiente, são vistos como tendo associação direta ou indireta aos sinais e sintomas de esgotamento de seus colaboradores. 

Para os empregadores, essa mudança na classificação aumenta o compromisso com a prevenção precoce e eficaz de tais sintomas dentre as pessoas que trabalham em suas empresas.

Além disso, demanda ações que promovam a saúde integral das pessoas e reivindica transformações em várias instâncias das organizações. É um ganho no que diz respeito a criar meios para cultivar o bem-estar no ambiente de trabalho.

As abordagens podem ser inúmeras, dependendo das áreas de atuação, das tarefas e tipos de trabalho, além da cultura da organização. 

No entanto, algumas condutas se aplicam a vários contextos no sentido de prevenir a Síndrome de Burnout, tais como:

  • Distribuir demandas de trabalho com organização, assertividade e equilíbrio: 

Definir e otimizar tarefas e processos;

Promover colocação e recolocação profissional assertiva;

Promover troca de conhecimentos profissionais;

Orientar sobre autocuidado.  

  • Criar mecanismos para um ambiente de trabalho agradável e motivador:

Valorizar relações entre pessoas e áreas; 

Celebrar sucessos individuais e coletivos;

Criar momentos de descontração;

Promover o autodesenvolvimento pessoal e profissional;

Promover troca de vivências pessoais.

  • Respeitar horários e orientar sobre quando desconectar:

Orientar sobre gestão de tempo.

Orientar sobre onipresença da internet e celular e como gerir essas trocas. 

Promover aprendizado sobre gestão de trabalho remoto. 

Incentivar práticas de desconexão através de atividades físicas e meditação.

Resumindo, essa é uma mudança que pode vir a gerar mais cuidado com o bem estar dos colaboradores ‘lá na firma’.

A carreira de sucesso que você quer

Para profissionais de alta performance, sejam estes líderes, colaboradores ou autônomos, traçar rotas para uma carreira de sucesso é uma prioridade. 

Contudo, qual é a direção dessa rota? Quais elementos são valorizados nessa  jornada?

Quando o assunto é burnout, a luz que acende no final do túnel é de atenção. Uma carreira de sucesso, com certeza, não inclui uma síndrome de esgotamento. Mas não se iluda, a cultura da alta performance por si só demanda testar seus limites.

Então, prepare-se!

De um lado tem seu ambiente de trabalho, por outro lado tem suas escolhas, especialmente de quem tem autonomia para tal. 

Você pode ser a pessoa responsável pela organização, ter seu próprio negócio ou influenciar em decisões que envolvam o autocuidado de colaboradores.

Nesse sentido, o que o fenômeno do burnout nos diz quando associado ao trabalho é que é preciso incluir essa variável na rota, caso contrário é possível que você não encontre a luz no final do túnel.

Bons planos de carreira incluem, por exemplo, colocações em organizações com selo de melhor lugar para se trabalhar, como o GPTW, ou obter este selo para a sua organização. 

Ou seja, trabalhar em lugares em que a saúde integral dos indivíduos está incluída no conceito de sucesso é um diferencial de carreira.

Essa é a tendência, incluir o elemento saúde e bem-estar a fim de evitar que esse sucesso se  transforme em burnout. O desafio é redesenhar conceitos de sucesso incluindo condutas como as listadas acima.

A glorificação das pessoas super ocupadas  

Colocar a saúde integral de indivíduos e colaboradores com um dos elementos centrais de uma carreira pode ainda desmistificar a ideia de competência de pessoas super ocupadas. 

Essa crença não é sinônimo de resultados, de sucesso ou de eficácia. Pelo contrário, pode ser ausência de efetividade, pois significa que a pessoa não administra bem seu tempo. 

Por certo, dedicação, disciplina e foco no trabalho são elementares para carreiras de sucesso. 

No entanto, quantas vezes você já se pegou ocupado/a simplesmente por não saber o momento de parar? 

A ansiedade, a irritabilidade e a dificuldade de concentração, que são características do burnout, começam com pequenos exageros diários. Logo após, transformam-se em cansaço físico e mental excessivo, diminuição da autoestima e sentimento de fracasso. 

Precisamos aprender sobre isso e expandir o senso de saúde integral nas organizações a fim de evitar a proliferação de danos à saúde mental de colaboradores, como um todo.

Como sempre falamos aqui, o desenvolvimento de carreira, os mapeamentos de perfis e a gestão de comportamentos são caminhos que contribuem para a formação de profissionais e equipes alinhadas com seus propósitos e, portanto, mais saudáveis em seus objetivos.

Cuidar da saúde nas empresas, avaliar conceitos de sucesso e formas de atuação profissional diante de ameaças como a Síndrome de Burnout é sobre isso.

É, sobretudo, traçar mapas que minimizem o lado excessivo das demandas de trabalho e que fortaleçam e potencializem nossas competências.  

Esse é nosso trabalho, fale conosco.

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